Em dias de crise no Mercado Fonográfico, essa é a pergunta que não quer calar. Quando Thomas Edison proporcionou ao mundo o primeiro registro sonoro com seu fonógrafo e a frase “Mary Had a Little Lamb”, ele com certeza não imaginava que aquele novo “brinquedinho” se tornaria um grande negócio... pelo menos durante algum tempo.
Com o surgimento das grandes gravadoras e do comércio musical, era necessária a criação de uma estrutura organizacional que pudesse administrar essa nova forma de empreendimento: a música deixava de ser apenas arte e passava a ser também dinheiro... surgiam os fonogramas (música fixada em um suporte físico) que serviam como garantia para as gravadoras e davam a elas, sob a alegação das enormes despesas de uma produção, a maior parte percentual dos valores arrecadados com a vendagem de discos. A partir daí, para cada música existiam três principais pontas beneficiadas: os autores da obra (direitos autorais), os intérpretes (direitos conexos) e as gravadoras (vendas).
Até a década de 80, o custo do processo de gravação e produção musical era muito elevado, o que permitia às gravadoras o total controle desse vantajoso negócio. Esse monopólio gerava conflitos – grande parte dos compositores e músicos questionavam os valores recebidos pelas vendas (futuramente, questionariam também a oposição das gravadoras à proposta de numeração dos discos), alegando que estas “pirateavam” seus próprios fonogramas e manipulavam as planilhas de venda.
Buscando renovação para um mercado que começava a dar sinais de saturação, as gravadoras praticamente aposentaram o velho disco de vinil e trouxeram à tona um novo suporte físico chamado Compact Disc (CD), tendo como atrativo a melhor qualidade sonora. O que não se podia esperar era que essa evolução tecnológica viesse acompanhada do desmoronamento da, até então, sólida Indústria Fonográfica.
A partir de meados da década de 90, custear e produzir música já não era mais visto como algo inatingível para míseros seres humanos. Com a era digital, os equipamentos de áudio se tornaram acessíveis e começaram a surgir os pequenos estúdios caseiros, que se tornariam Selos e mudariam a figura do Produtor Fonográfico. Em paralelo, o crescimento da Internet apresentava ao mundo os primeiros terrores das gravadoras – o Napster, o Kazzaa e outros sites possibilitavam aos usuários o Download de músicas, vídeos e todo tipo de registro sonoro sem qualquer custo e totalmente fora do controle das gravadoras – era apenas o início da crise.
A elevação dos preços dos CDs nas lojas e os baixos preços das mídias de gravação (muitas delas fabricadas pelas próprias gravadoras) em qualquer estabelecimento comercial, legalizado ou não, fizeram com que os gravadores passassem a configurar grande parte dos computadores caseiros. Agora qualquer um poderia fazer seus “piratinhas” sem precisar gastar dinheiro. È interessante observarmos ainda que antes do CD, a fita K7 era bastante usada para realização de cópias dos originais, porém, pelo fato do vinil vir acompanhado de um preço mais acessível, essa pirataria não chegava a representar um risco.
Com o desemprego e a crise econômica do país, esse negócio passou a ser visto como uma nova fonte de renda. O comércio “pirata”, que já era um velho conhecido de outras indústrias, entrou com força total no mercado fonográfico brasileiro. Nesse momento as gravadoras passaram a ser atingidas por todas as direções: os “piratas da Máfia Chinesa”, o internauta pegando música na internet, a pessoa comum que passou a piratear e vender para garantir outra fonte de renda e o baixo assalariado que, atraído pelo preço, começou a comprar os “piratas”, muito mais em conta. Como se já não bastasse, muitos artistas brasileiros consagrados, em uma atitude de resposta aos altos preços e maus tratos das gravadoras, passaram a investir em uma fatia, até então, não explorada do mercado fonográfico – CDs de Banca de Jornal – iniciativa de sucesso, até certo ponto, atrelada a carreira solidificada desses artistas.
Em crise, as gravadoras recuaram seus investimentos e deixaram de lado o risco de novas contratações. Hoje as gravadoras são sustentadas pelos artistas de catálogo e pelos contratos de distribuição com pequenos selos (melhor opção para os novos artistas de um país que aboliu o compacto simples do mercado).
Agora, por fim, analisando as diversas campanhas contra a pirataria, a origem dessas campanhas e tudo mais que foi observado ao longo desses anos de mercado fonográfico, remeto-os ao título dessa matéria. Será que alguém seria capaz de responder?
Com o surgimento das grandes gravadoras e do comércio musical, era necessária a criação de uma estrutura organizacional que pudesse administrar essa nova forma de empreendimento: a música deixava de ser apenas arte e passava a ser também dinheiro... surgiam os fonogramas (música fixada em um suporte físico) que serviam como garantia para as gravadoras e davam a elas, sob a alegação das enormes despesas de uma produção, a maior parte percentual dos valores arrecadados com a vendagem de discos. A partir daí, para cada música existiam três principais pontas beneficiadas: os autores da obra (direitos autorais), os intérpretes (direitos conexos) e as gravadoras (vendas).
Até a década de 80, o custo do processo de gravação e produção musical era muito elevado, o que permitia às gravadoras o total controle desse vantajoso negócio. Esse monopólio gerava conflitos – grande parte dos compositores e músicos questionavam os valores recebidos pelas vendas (futuramente, questionariam também a oposição das gravadoras à proposta de numeração dos discos), alegando que estas “pirateavam” seus próprios fonogramas e manipulavam as planilhas de venda.
Buscando renovação para um mercado que começava a dar sinais de saturação, as gravadoras praticamente aposentaram o velho disco de vinil e trouxeram à tona um novo suporte físico chamado Compact Disc (CD), tendo como atrativo a melhor qualidade sonora. O que não se podia esperar era que essa evolução tecnológica viesse acompanhada do desmoronamento da, até então, sólida Indústria Fonográfica.
A partir de meados da década de 90, custear e produzir música já não era mais visto como algo inatingível para míseros seres humanos. Com a era digital, os equipamentos de áudio se tornaram acessíveis e começaram a surgir os pequenos estúdios caseiros, que se tornariam Selos e mudariam a figura do Produtor Fonográfico. Em paralelo, o crescimento da Internet apresentava ao mundo os primeiros terrores das gravadoras – o Napster, o Kazzaa e outros sites possibilitavam aos usuários o Download de músicas, vídeos e todo tipo de registro sonoro sem qualquer custo e totalmente fora do controle das gravadoras – era apenas o início da crise.
A elevação dos preços dos CDs nas lojas e os baixos preços das mídias de gravação (muitas delas fabricadas pelas próprias gravadoras) em qualquer estabelecimento comercial, legalizado ou não, fizeram com que os gravadores passassem a configurar grande parte dos computadores caseiros. Agora qualquer um poderia fazer seus “piratinhas” sem precisar gastar dinheiro. È interessante observarmos ainda que antes do CD, a fita K7 era bastante usada para realização de cópias dos originais, porém, pelo fato do vinil vir acompanhado de um preço mais acessível, essa pirataria não chegava a representar um risco.
Com o desemprego e a crise econômica do país, esse negócio passou a ser visto como uma nova fonte de renda. O comércio “pirata”, que já era um velho conhecido de outras indústrias, entrou com força total no mercado fonográfico brasileiro. Nesse momento as gravadoras passaram a ser atingidas por todas as direções: os “piratas da Máfia Chinesa”, o internauta pegando música na internet, a pessoa comum que passou a piratear e vender para garantir outra fonte de renda e o baixo assalariado que, atraído pelo preço, começou a comprar os “piratas”, muito mais em conta. Como se já não bastasse, muitos artistas brasileiros consagrados, em uma atitude de resposta aos altos preços e maus tratos das gravadoras, passaram a investir em uma fatia, até então, não explorada do mercado fonográfico – CDs de Banca de Jornal – iniciativa de sucesso, até certo ponto, atrelada a carreira solidificada desses artistas.
Em crise, as gravadoras recuaram seus investimentos e deixaram de lado o risco de novas contratações. Hoje as gravadoras são sustentadas pelos artistas de catálogo e pelos contratos de distribuição com pequenos selos (melhor opção para os novos artistas de um país que aboliu o compacto simples do mercado).
Agora, por fim, analisando as diversas campanhas contra a pirataria, a origem dessas campanhas e tudo mais que foi observado ao longo desses anos de mercado fonográfico, remeto-os ao título dessa matéria. Será que alguém seria capaz de responder?
1 comentário
Oiiiii Bisonho!!!
Menino, tá chique agora, hein...
Adorei!!!!!
Muito legal mesmo!
Ah, repare no detalhe da sua foto, é o meu cabelo ali do lado...hehehehe!!!
Bjão!
P.S. Foi vc que sumiu, nem no orkut deixa mais recadin... é um Bisonho!
Raquel